Combustível adulterado é um dos grandes medos dos motoristas brasileiros, pois nunca sabemos se o produto segue as especificações exigidas por lei. Mas, o que ajuda, é que o carro nos dá sinais, basta ficarmos atentos!

A primeira dica é medir o consumo e isso é válido para todos os tipos de combustíveis. Abasteça o carro e zere o computador de bordo, observando a média em km/l que seu carro costuma fazer. Na próxima vez, repita o procedimento.

Se você não saiu do seu trajeto rotineiro e seu carro consumiu entre 15 e 20% a mais, desconfie. Se você utiliza gasolina, provavelmente ela estava com mais etanol. Por lei, o máximo de etanol anidro que pode ter na composição da gasolina é de 27%, entretanto, alguns postos vendem o produto com álcool acima do permitido. Já foram registras fraudes de até 70% a mais de etanol.

Essa mistura a mais de álcool pode provocar falhas, o famoso “engasgo”, na partida dos motores a gasolina e nas marchas mais baixas, além da demora na resposta ao acelerador, principalmente nas retomadas. As substâncias estranhas carregam impurezas que podem provocar o entupimento dos filtros.

No caso dos carros flex, não implica em problemas mecânicos, mas continua afetando o bolso do consumidor. Porém, o uso de solventes para fazer a gasolina render mais é frequente e pode danificar diferentes componentes.

Os solventes de borracha são os mais comuns. Eles danificam principalmente as vedações, desgastando e até quebrando as peças emborrachadas. Então, cheque com regularidade se há vazamentos provocados pelo ressecamento prematuro das mangueiras e fique atento ao desempenho do motor.

Álcool

O etanol também sofre adulterações, é o caso do “álcool molhado”, com mais água do que é permitido (7%). Isso acelera a corrosão e o desgaste de peças do motor. Portanto, fique de olho na quantidade de água que sai do escapamento, se estiver pingando muito, ainda mais se o motor estiver ligado há mais de 15 minutos, provavelmente você basteceu com “álcool molhado”.

Existe a possibilidade de a central eletrônica do carro detectar problemas, por isso, se aquela luz laranja, da injeção, acender depois do abastecimento, poder ser sinal de adulteração.

Outro indicativo importante é som de “batida de pino”, que vem do capô, ele é causado quando a gasolina ou o álcool estão adulterados com o metanol, uma substância altamente tóxica, proibida por lei e que detona o motor.

Diesel

O diesel também não passa ileso nessas adulterações. Com o S-10, que tem menos teor de enxofre, a fraude mais verificada é o excesso de biodiesel. Por lei, esse índice não pode passar de 10%, mas já foram encontrados casos com mais de 40%. Esse excesso prejudica o próprio diesel, que oxida mais rapidamente e ainda contribui para a formação de depósitos, principalmente nos filtros. A primeira reação é a perda de desempenho, porém, em casos mais graves, o motor pode parar totalmente.

GNV

O Gás Natural Veicular (GNV) pode até ser mais difícil de adulterar, pois vem por tubulação e para isso, é preciso de uma logística mais complexa. Entretanto, sempre é possível dar um jeitinho e para se beneficiar, os criminosos usam a “bomba baixa”, que altera a quantidade de combustível registrada na bomba, em relação ao que é colocado no veículo. Em alguns casos o roubo pode chegar a 30%.

Postos de confiança

Então, para tentar evitar toda essa dor de cabeça, o ideal é ter uns quatro ou cinco postos de confiança. E não esqueça que você pode pedir o teste determinado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Por lei, o local deve comprovar para o cliente o teor de etanol na gasolina e a demonstração não leva mais que cinco minutos.

No caso do etanol a verificação é feita em uma peça transparente que fica na lateral da bomba, o termodensímetro. Nele, é possível ver se o nível indicado pela linha vermelha está no centro do medidor, que não pode estar acima da linha do etanol.

Verifique também as bombas de abastecimento, que devem ter o selo do Inmetro. No caso dos postos sem bandeira, deve constar a etiqueta com o nome do fornecedor dos combustíveis.

E claro, se o preço do combustível estiver muito abaixo do mercado, desconfie!

DENUNCIE

Se por um acaso o posto se recusar a fazer o teste da proveta, se não tiver termodensímetro ou tenha qualquer desconfiança de irregularidades, denuncie para a ANP pelo telefone 0800 970 0267 ou no site oficial da ANP.

Com informações do site Quatro Rodas.