Estacionar em prédios pode ser um teste de paciência. Muitos condomínios ainda contam com vagas projetadas para os carros compactos das décadas passadas, quando modelos menores eram padrão nas garagens brasileiras. Com o crescimento da frota de SUVs, picapes e sedãs mais largos e compridos, a falta de espaço para abrir portas e manobrar tornou-se rotina, muitas vezes acompanhada de batidas e arranhões.
O problema não está apenas na sensação de que as vagas encolheram, mas na ausência de uma lei federal que defina dimensões mínimas. A Lei nº 12.607/2012 trata apenas da venda separada de vagas, enquanto as medidas ficam a cargo das prefeituras e das normas técnicas. A principal referência é a ABNT NBR 9050, que recomenda 2,50 metros de largura por 5 metros de comprimento para carros de passeio. Para SUVs e picapes, a largura pode chegar a 2,70 m e o comprimento a 5,50 m. Vagas acessíveis exigem ainda 3,50 m de largura, incluindo espaço lateral para circulação de cadeirantes. Mas na prática, mesmo essas medidas podem ser apertadas.
Em novos empreendimentos, o respeito às normas é obrigatório, mas prédios antigos mantêm as regras da época de construção, salvo em casos de reforma ou ampliação e o Código de Obras varia entre municípios.
A frustração aumenta quando a vaga entregue não corresponde ao prometido em contrato. Nesses casos, cabe ao comprador recorrer judicialmente, pedindo abatimento no valor ou indenização. Antes de chegar a esse ponto, muitos condomínios tentam soluções internas, como troca de vagas entre moradores ou aluguel de espaços extras. O ideal é sempre medir a vaga antes da compra.
A chegada dos carros elétricos e híbridos traz novas exigências. Além de espaço para o veículo, é preciso garantir circulação segura, instalação de carregadores e acesso à rede elétrica, respeitando normas de segurança. Alguns prédios adotam pontos coletivos de recarga, enquanto outros exigem que cada morador instale sua própria estrutura.
Em resumo, o tamanho da vaga de garagem deixou de ser detalhe e se tornou fator central no planejamento urbano e na rotina dos motoristas.
Com informações de Iago Garcia, do Autoesporte.