Solicitar carros via aplicativo tornou-se parte da rotina das pessoas, porém, a sensação de insegurança ao entrar no veículo de um desconhecido persiste entre muitos usuários, principalmente mulheres, pois são grandes os números de casos de assédio e situações de vulnerabilidade durante as corridas.
Para se ter uma ideia, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o país registrou 1.492 feminicídios em 2024. É o maior número de casos desde o início da série histórica, em 2015. Os dados, infelizmente, seguem padrões similares em outras regiões do planeta.
Pensando nisso, a Uber lançou o recurso “Women Preferences”, ou “preferências para mulheres” em tradução literal. A modalidade permite que passageiras optem apenas por corridas com motoristas mulheres ao volante — mas não impossibilita que a usuária escolha outra opção de corrida, caso o tempo de espera seja maior que o previsto.
Em novembro de 2024 o recurso fez sua estreia em Paris, e vem ganhando força em outros lugares do mundo. Recentemente, o serviço foi lançado em Lisboa e em breve estará presente nos Estados Unidos, nas cidades de Detroit, Los Angeles e São Francisco.
No Brasil, ainda não há previsão de chegada da modalidade. No entanto, vale lembrar que por aqui existe outro recurso semelhante em atividade, chamado “Elas na Direção”. O programa, ativo desde 2019, busca incentivar mais mulheres a gerar renda por meio do aplicativo.
Para isso, a partir da ferramenta “U-Elas”, a empresa habilita para as motoristas opção de receber somente chamadas de passageiras mulheres. Atualmente, a funcionalidade está em atividade em todo o território nacional e em outros 40 países.
Apesar de a funcionalidade ainda não existir no Brasil, as usuárias podem recorrer a outros aplicativos que dispõem do mesmo recurso. O mais famoso, por exemplo, é o Lady Driver, presente em determinadas regiões do país. A plataforma permite que somente mulheres se tornem motoristas ou solicitem corridas, permitindo maior segurança para ambos os lados.
Com informações de Gabriely Rodrigues e Marcus Celestino, do Autoesporte.